Resenha do livro Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban.
Pode conter spoilers!
Autora: J.K. Rowling.
Editora: Rocco.
“ Juro solenemente que não vou fazer nada de bom...”
Depois de ter matado um Basilisco, ter visto a alma daquele que não deve ser nomeado salvado a vida de Ginevra Weasley, ter libertado um elfo doméstico e ter sido quase atacado por Lucius Malfoy (ainda não me conformo pelo Harry não ter jogado nenhuma azaração nele ao longo da saga) pelo menos até onde eu consigo me lembrar (li os livros quando tinha catorze anos) mas enfim, o Harry é um bruxo melhor do que eu seria aparentemente.
De volta a sua vida de trouxa ou não magi que seja, tudo o que o Harry pode fazer por si mesmo é contar os dias para voltar a Hogwarts que para ele é seu verdadeiro lar (eu mesma passaria a vida inteira lá se eu pudesse) mas enquanto isso na rua dos Alfeneiros em seu purgatório particular o bruxinho está de novo servindo os Dursleys e as vezes quieto em seu quarto fingindo que não existe enquanto faz os seus deveres de casa.
De todos os problemas que Harry achou que poderia arranjar durante suas férias de verão ― que se mostraram torturantemente longas ― transformar sua tia Guida em um balão durante um acesso de raiva não era uma delas como se isso não bastasse ao passar alguns dias no Caldeirão furado ele recebe a confirmação de que um assassino psicótico está atrás dele mas não entre em pânico segundo as pessoas próximas ao Harry ele só conseguiu fugir da pior prisão do mundo cercada por centenas de dementadores criaturas encapuzadas e pretas que sugam sua alma com um beijo.
Acredito que a coisa mais tranquila nesse filme para o Harry tenha sido o bichento o gato da Hermione que tem a expressão de quem foi constantemente assassinado por uma frigideira, já que também foi dito que os dementadores estariam presentes agora na escola de Hogwarts já que supostamente o prisioneiro Sirius Black está atrás do Harry Potter.
Francamente quando é que o Harry tem uma boa noite de sono nessa saga?
“– Não é bem isso – disse o Sr. Weasley, que parecia mais sério do que Harry jamais o vira. – Harry, jure que você não vai sair procurando o Black.
Harry arregalou os olhos.
– Quê?
Ouviu-se um apito forte. Guardas caminhavam ao lado do trem, batendo as portas para fechá-las.
– Prometa, Harry – disse o Sr. Weasley, falando ainda mais depressa –, que aconteça o que acontecer...
– Por que eu iria sair procurando alguém que eu sei que quer me matar?”
Existe um meme onde basicamente quer dizer que a partir do terceiro filme da franquia é tudo muito sombrio, com uma casa rosa e outra preta em algumas entrevistas a autora deixou claro que os dementadores teriam sido inspirados em sua própria experiência com a depressão e o Harry teve que lidar com a dor desde que consegue se lembrar então isso é pesado e profundo ao mesmo tempo.
“Um frio intenso atingiu todos os presentes. Harry sentiu a própria respiração entalar no peito. O frio penetrou mais fundo em sua pele. Chegou ao fundo do peito, ao seu próprio coração... Os olhos de Harry giraram nas órbitas. Ele não conseguiu ver mais nada. Estava se afogando no frio. Sentia um farfalhar nos ouvidos que lembrava água correndo. Estava sendo puxado para o fundo, o farfalhar aumentou para um ronco que aumentava...
Então, vindos de muito longe, ouviu gritos, terríveis, apavorados, suplicantes. Ele queria ajudar quem gritava, tentou mexer os braços, mas não conseguiu... um nevoeiro claro e denso rodopiava à volta dele, dentro dele...”
Quando eu li me pareceu de fato bem sombrio, Harry parecia cercado pela sua própria tristeza quase sempre graças aos dementadores, tanto que ele chega a cair da vassoura durante um jogo de quadribol (uma das partes que eu mais gosto dos livros na hora do jogo são as narrações do Lino Jordan) e depois disso temos a professora Trelawney que era a professora de Adivinhação que pelo menos para mim no filme não dava para levar muita fé mas depois ela acaba se revelando uma das personagens mais importantes da saga ela olha para o Harry e diz que ele tem o Sinistro. Um agouro de morte.
Harry aguentou firme (eu a essa altura do campeonato teria deitado em posição fetal e chorado) temos a famosa aula de defesa contra as artes das trevas dessa vez com o professor Remo Lupin que é descrito pela JK como um personagem que sempre tem vestes remendadas (imagine se ela visse que eu compro roupa furada).
E talvez uma das melhores coisas da saga acontecem nesse livro, que é o nosso querido e amado Rúbeo Hagrid como professor da disciplina trato de criaturas mágicas se dependesse de mim ele continuaria fazendo parte do corpo docente até o final da saga.
Desde que eu assisti esse filme fico querendo um hipogrifo de estimação que quase foi sacrificado pela arrogância de Draco Malfoy, mas ainda bem que a Hermione tem um belo soco de direita e um vira tempo.
Esse é um dos livros que eu achei Harry Potter nobre demais eu se fosse ele teria matado o rabicho, sem nenhum peso na consciência ah, mas ele iria para Azkaban bom, ele que arranjasse um bom advogado porque eu nunca estaria em paz, se nem o Voldemort confiava na lealdade do Rabicho então...
Mas nosso querido bruxo conseguiu salvar o dia mais uma vez, salvou um homem de viver o resto da sua vida em um lugar horrivel por mais algum tempo, porque sério eu duvido que ele não ficaria louco se voltasse para lá.
Umas das cenas mais impactantes do filme e do livro é o “ele era amigo deles!” e toda a raiva do Harry Potter na hora dirigida a pessoa errada.
“Um ódio que ele jamais conhecera começou a crescer dentro dele como veneno. Viu Black rindo-se dele no escuro, como se alguém tivesse colado a foto do álbum em seus olhos. Assistiu, como se estivesse vendo um filme, a Sirius Black explodir Pedro Pettigrew (que lembrava Neville Longbottom) em mil pedaços. Ouviu (embora não tivesse a menor ideia do som que teria a voz de Black) um murmúrio baixo e excitado.
“Aconteceu, meu Senhor... os Potter me escolheram para fiel do seu segredo...”
E então ouviu outra voz, rindo-se histericamente, a mesma risada que Harry ouvia mentalmente sempre que os que os dementadores se aproximavam...”
“ Mal feito, feito!”
Comments